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sábado, 10 de março de 2012

Do casulo oficial nasce o autoritarismo



Uma organização de lésbicas peticionou a justiça gaúcha no sentido de proibirem a exposição de crucifixos nos tribunais, pois eles feririam o princípio da laicidade do Estado. O pedido foi acatado.

Essas organizações gayzistas, que há tempos vêm militando para a retirada de crucifixos de prédios públicos, estão pouco se lixando pela laicidade do Estado, estão mesmo é combatendo a religião cristã por não concordarem com seus dogmas contrários ao homossexualismo. O argumento é a laicidade, a motivação é outra. Os juízes caíram nessa, direitinho.

Sem querer entrar no mérito da discussão sobre os crucifixos em prédios públicos e a laicidade do Estado, até porque o assunto foi tratado com a maestria de sempre no blog do Reinaldo Azevedo, prefiro comentar sobre o verdadeiro casulo no qual vive o mundo oficial.

Poder-se-ia argumentar que as esferas de poder sempre formaram um mundo aparte em todos os países. Eu concordo que, de fato, o uso da força contra seu próprio povo, forma de manutenção de muitos governos, acaba destruindo a ponte que mantém governo e governados no mesmo plano da realidade. Podemos, então, chegar à conclusão de que a alienação de um governo em relação aos anseios e valores de seu povo é um sinal de autoritarismo e distanciamento da democracia.

Na nossa democracia defeituosa, a legitimidade do governo vem do consentimento popular, via eleições diretas. Acontece que eleições diretas não são o suficiente para legitimar um governo, pois é preciso, ainda, que tal governo aja sempre de acordo com o interesse público. Um governo que quer ser legítimo nunca deve agir contra os interesses de seu próprio povo, mesmo que tenha sido esse mesmo povo que o elegeu.

Qual é o interesse público que justifique a retirada de um símbolo histórico e querido pelo povo e que representa valores milenares sobre a qual foi construída nossa civilização?

Trata-se de um Estado que, mais uma vez, vira as costas para o povo, seus valores, suas crenças, seus anseios. A esfera oficial está repleta de exemplos de autoridades que "estão pouco se lixando para a opinião pública", como disse, certa vez, um execrável deputado.


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