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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Que vença a naturalidade


Em 2010, o PT obteve uma grande vitória com a eleição de Dilma que trapaceou (o TSE falhou) e ganhou o imenso governo federal. Entretanto, também em 2010, sofreu uma grande derrota, pois perdeu as disputas pelos governos dos Estados mais importantes e ricos da União, ou seja, não conseguiu aquilo com que tanto sonhou, a hegemonia na política nacional.

Essa realidade é refletida também na composição do Congresso Nacional, onde Dilma possui uma imensa maioria no papel, mas não se trata de hegemonia petista, trata-se de apoio condicional de diversos partidos, subordinado a muita corrupção e incompetência. Resultado: governo inoperante e sem identidade. A popularidade da presidente se mantém graças à manipulação mediática que transformou Dilma em "faxineira", fazendo esquecer que foi ela que ajudou a emporcalhar tudo aquilo que agora diz estar "limpando".

A tendência, em democracias normais, é o desgaste inexorável do partido no poder com o passar dos anos. A vantagem para o PT é que o Brasil não é uma democracia normal. Isso tem ajudado à manutenção do partido no poder apesar da dissolução completa da imagem (falsa) de partido ético construida ao longo de décadas até a chegada de Lula à presidência.

Mas a democracia brasileira também tem seu lado performante que o partido não conseguiu desmontar, pelo menos não por completo. Resultado: 44 milhões de voto para Serra e mais da metade da população governada pela oposição nos Estados.

Essa dura (para eles) realidade ainda não foi completamente digerida pelo PT que ainda sonha em conquistar a hegemonia no país, a começar por São Paulo. Acontece que a batalha por São Paulo foi perdida em 2008 com a derrota de Marta Suplicy no pleito municipal daquele ano. Lula estava no auge da sua popularidade e deu total apoio público a Marta, chegando a levar seu governo, quase que inteiro, a São Paulo para apoiar sua candidata face a um quase ilustre desconhecido na época: Gilberto Kassab que tinha herdado a prefeitura de Serra. Desde então, São Paulo parece um sonho distante para os petistas, tanto é que, em 2010, não conseguiram sequer emplacar Mercadante no segundo turno contra Alckmin. 

Chegamos ao presente. Com o gosto amargo de 2008 e 2010 na boca, Lula, com o poder do dedaço e embalado pela imposição de Dilma, chutou Marta Suplicy para o escanteio e decidiu-se por Haddad, invencionice número um, pois Haddad não equivale a Dilma e São Paulo não equivale ao Brasil.

Com a imagem arranhada pela má gestão no Ministério da Educação e sem base eleitoral em São Paulo, chegamos a invencionice número três: uma possível aliança com o ex-arquiinimigo do ex-Dem e agora PSD Gilberto Kassab, já que a invencionice número dois não colou (a pantomima grotesca e vigarista da reintegração de posse do Pinheirinho, criada para desgastar os Tucanos e dar uma bandeira a Haddad). 

Se tudo isso não é sinal de desespero, não sei o que é. Mas essa invencionice não é fruto exclusivamente da frustração e do delírio petista, mas também da falta de visão política do PSDB, que também não é muito chegado numa alternância de poder ( afinal, não podemos nós esquecer de que o PSDB é um partido de esquerda e também possui essa mania antidemocrática de querer hegemonia).

Vai ser interessante observar o resultado do choque da invencionice com a realidade, ou seja, a real repulsa que o eleitorado do PSD tem do PT e vice-versa.

A natureza política tenderia a uma aliança entre o PSD e o PSDB (provavelmente com o vice-governador Afif na cabeça de chapa e um vice Tucano) e mais uma derrota para o PT em São Paulo.

Até porque Kassab não quer acabar como Ciro Gomes, a camisinha usada que Lula jogou no lixo depois de usar, destino inexorável de quem se vende ao petismo (não é Marta?).

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