Em países com mais tradição, digamos assim, democrática, o poder legislativo tem uma importância muito maior do que nosso Congresso Nacional tem aqui no patropi. O Brasil, como é tendência na América Latina em geral, nunca superou aquele amor que sente pelo homem forte, o caudilho, o Getúlio, o Fidel e outros autocratas do tipo. A gente gosta mesmo é de macho mandão forte sentado num executivo forte, o resto é resto. O Congresso sempre esteve ali para dar certo ar de legitimidade democrática e formar a "corte" do cara da presidência, o salvador da pátria, pai disso, ou daquilo.
No sistema democrático, republicano e com separação dos poderes, o Congresso Nacional tem uma importância até maior do que a presidência, pois é ali que o cidadão põe seu representante, representante de seu Estado, da sua região, de sua vertente política. É ali que se decide as leis que determinam a solidez da economia, os caminhos da educação, da saúde e da segurança nacional. É ali que se determina o orçamento e a forma de gastá-lo, as prioridades. É ali que o cidadão poderia ter uma voz dentro do governo.
Por causa do estelionato eleitoral chamado Dilma e sua incapacidade de existir como presidente, é possível que, sem querer, o lulo-petismo acabou dando uma oportunidade para nosso parlamento mostrar seu valor e assumir suas responsabilidades, chamando mais para si o ônus de governar o país. E quem sabe os deputados e senadores acabem tomando gosto pela coisa?
É claro que falta ainda fazer uma reforma política, com o voto distrital, para aumentar a representatividade da Câmara dos Deputados para além dos sete por cento (por causa do quociente eleitoral), mas pouco a pouco vamos chegando lá, só não podemos mais cair no conto do caudilho.
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