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quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

FHC diz não ter 'imaginação' para entender raciocínio de Dilma

Da Folha de São Paulo
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou não ter "imaginação suficiente" para completar lacunas no raciocínio da próxima ocupante do Palácio do Planalto, Dilma Rousseff. "Tenho dificuldade mesmo. Você sabe que eu sou curto de inteligência, às vezes eu não consigo. Ela não termina o raciocínio, e eu não tenho imaginação suficiente para saber o que ela ia dizer", disse, em tom de brincadeira, após ser questionado por Diogo Mainardi, um dos entrevistadores do programa "Manhattan Connection". A entrevista foi ao ar na noite de domingo (26), no canal GNT.

'SEM FALSA MODÉSTIA'

Ao tomar posse, no dia 1º de janeiro, Dilma sairá com vantagem na largada, segundo FHC: "Vai pegar uma economia em bom momento", embora se depare com "uma situação fiscal bastante difícil também". Antes de discorrer sobre o país que Dilma herdará, o tucano elogiou sua própria gestão. "Eu mudei o Brasil. Vamos dizer com clareza, sem falsa modéstia. O Brasil era um antes da consolidação da economia e passou a ser outro."
Quando Lula assumiu, em 2003, a situação do país era menos dócil. Mas a culpa, para FHC, é do próprio petista. "O ano que ele pegou piorou por causa dele. Por causa do medo que os mercados tinham do que ele dizia que ia fazer e que, para a sorte de todos nós, não fez."

DOSSIÊ CONTRA RUTH

FHC criticou um dossiê com gastos dele e de sua mulher, Ruth Cardoso (morta em 2008), montado sob comando da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra.
O dossiê com dados sigilosos, que veio à tona na crise dos cartões corporativos, era um "banco de dados", segundo Dilma e Erenice --ainda braço direito da petista, ela tombou dois anos depois, na esteira de acusações de lobby na Casa Civil envolvendo seu filho. "Realmente grave aquilo, porque ela [Dilma] telefonou para a Ruth e disse que não estava fazendo nada", reclamou o ex-presidente. Na época, o Congresso sinalizou que poderia investigar transações de Lula e familiares com cartões corporativos. Para FHC, esses são os gastos "que nunca foram explicados".

LITERATURA

Os entrevistadores pediram que FHC indicasse um livro a Dilma. Aconselhou "A Democracia na América" (1835), do historiador francês Alexis de Tocqueville. "Ela já deve ter lido", disse. A Folha mostrou, em reportagem publicada no domingo, a "Dilmoteca": preferências literárias da presidente eleita. Entre os autores citados, Marcel Proust, João Cabral de Melo Neto, Cecília Meireles, Fernando Pessoa, Bashô (do haicai), Emily Dickinson, Jorge Amado, Machado de Assis e Monteiro Lobato.

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