Eu sei que Vossa excrescência não governou para mim. Apesar de nascido brasileiro, sei ler, escrever, não sou miserável, não sou manipulável com um punhado de reais. E apesar de ser um contribuinte produtivo, e não um pelego ou funcionário estacionado numa repartição qualquer, que é motivo de orgulho para mim, eu sei que não existo para o senhor, muito menos posso esperar um mínimo de consideração da parte de Vossa excrescência. Entretanto, esse não é o maior motivo da minha felicidade da Vossa partida (esperemos que definitiva).
Meu maior rancor se confunde com luto. Luto pela política brasileira, que você assassinou. As eleições de 2010 eram para ser uma continuidade do progresso político que tivemos desde a redemocratização. Infelizmente, como você é um megalômano messiânico, o pleito de 2010 se transformou numa briginha partidária, politicamente estéril. O maior argumento da vitoria do poste foi ser contra as privatizações, debate super-requentado, desatualizado, usado somente para desmoralizar o adversário e evitar a confrontação sobre as falhas do seu governo em várias áreas, como a segurança e educação, onde você obteve resultados pífios. Foi como disse Ciro Gomes, parece que o sonho morreu.
Por isso, eu me despeço, feliz de te ver saindo, com esperança que, por algum milagre de Deus, seu poste consiga ter um terço da decência que você não teve. Já seria um grande avanço para o Brasil.
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