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domingo, 3 de março de 2013

O pautador de eleições

Não te dei licença para ser candidato!


Não há como negar que o PT, Lula em especial, sabe eleger. Após um longo processo de erros e tentativas, conseguiram eleger o presidente em 2002. A partir de então, de uma posição privilegiada, o partido conseguiu eleger mais legisladores municipais, estaduais e federais, prefeitos, governadores e conquistou mais dois mandatos de presidente.

Um estrangeiro desavisado poderia até imaginar que petistas são bons administradores, já que são frequentemente recompensados pelas urnas. Mas ele estaria errado. O PT no governo nunca esteve à altura do PT dos palanques.

Seria até constrangedor constatar, para um indivíduo dotado da capacidade de sentir constrangimento, que o grande trunfo do PT, partido pseudo-comunista, foi o capitalismo mundial e as reformas liberais de FHC. Sem o poderoso Real para distribuir, o que teria sido dos governos petistas?

Quais foram as grandes reformas políticas ou econômicas, profundas e duradouras, aprovadas graças ao petismo? Nenhuma. Quais foram os gargalos de infraestrutura resolvidos graças ao petismo? Nenhum.

O PT basicamente tirou dinheiro via impostos da classe média e dos pobres e redistribuiu-o aos mais pobres, proporcionando alívio imediato e comprando votos. Na política exterior o PT só acumulou fracassos. Vendeu o Brasil barato para a China e se associou à pior escória da humanidade por causa de um anti-americanismo injustificável.

Se, apesar de tudo isso, o PT não interferisse na atividade de outros partidos e na atividade da imprensa livre, poderíamos até considerá-lo como um erro da nossa trajetória democrática  que valeu pelo aprendizado que nos proporcionou.

Aí entra o Lula. O papel essencial do Lula para o projeto petista, mais do que ter sido presidente, é ser o manipulador-mor da política nacional. Ele não somente dirige o PT com mão de ferro, mas tenta dirigir a política interna dos partidos aliados e pautar a política da oposição com a ajuda da imprensa companheira e politicamente correta (e do meu ponto de vista, imbecil).

Para ilustrar esse ponto, há dois casos emblemáticos: Ciro Gomes e Marta Suplicy. O que esses dois têm em comum? Ambos tiveram candidaturas brutalmente ceifadas pelo Lula. Ciro, que já havia sido candidato previamente, queria ser candidato a presidente em 2010 pelo seu partido, o PSB. Lula, achando que isso prejudicaria a eleição de Dilma, influenciou o partido aliado e puxou-lhe o tapete. Marta Suplicy era a candidata natural do PT para a prefeitura de São Paulo. Lula lhe puxou o tapete e impôs Haddad. Lula não define eleições, antes disso, ele define os candidatos!

Agora é a vez de Eduardo Campos. Lula não vê com bons olhos a subida em popularidade e influência do líder do PSB. Um jovem e carismático nordestino fortemente associado ao projeto petista, aquele que deveria ser um sonho do continuismo acaba sendo um pesadelo. Por que? Porque não é que o homem tem vontade própria? Vontade própria para o PT é imperdoável.

E quem o Lula está usando para enfraquecer o governador de Pernambuco? Ciro Gomes, o desmoralizado. Ninguém pode acusar Lula de ser um homem injusto: usou Campos para impedir Gomes, e agora está usando Gomes para impedir Campos.

Que saudades do tempo em que as candidaturas se formavam naturalmente, representando as várias correntes políticas existentes no Brasil. Correntes políticas diferentes do petismo? Imperdoável.

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