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terça-feira, 15 de novembro de 2011

A Proclamação da República

A CONFIRMAÇÃO DA REPÚBLICA


Hoje, dia quinze de novembro é o dia da Proclamação da República. Como muitos eventos na nossa história, tal como a independência, a Proclamação da República foi muito mal feita, muito meia-boca, como dizem hoje em dia.

Do latim "res publica", ou coisa que pertence a todos através do estado, o termo contrasta com "res privata" ou coisa privada. O movimento republicano foi uma forma de tirar os bens coletivos da nação das mãos de monarcas e colocá-las no cuidado de um governo que por sua vez representa o poder coletivo. Uma estrada que pertencia ao rei, por exemplo, passou a pertencer a todos os usuários e possíveis usuários.

A república moderna tenha sido talvez o mais importante e mais eficiente dos sistemas de governo já implantados no mundo. Isso porque a verdadeira república não conhece líder supremo, grande timoneiro, pai da nação, pai dos pobres, comandante ou qualquer outro nome que se quer dar ao ditador que invariavelmente transforma a "res pública" em "res privata", ou seja, um rei dissimulado.

Seria interessante saber se já houve no Brasil uma verdadeira república, em vez de simulacros de república. A verdadeira república repousa numa constituição que solidifica o entendimento que existe entre o cidadão e o governante no sentido de ambos concordarem que não há hierarquia nas suas relações. O governante é tão cidadão quanto o cidadão comum. Esse é o entendimento.

Muitas vezes, tem-se a impressão que no Brasil reina a mentalidade antiga, da colônia e do império, onde o governante se considera superior, mais importante, dono da "res pública" e o governando aceita e se submete. Esse fato não é de se estranhar, uma vez que quem estuda a proclamação da república percebe a ausência de uma verdadeira comoção popular que tivesse dado apoio àquele momento histórico. Houve, mesmo, o contrário, parte importante do território brasileiro resistiu durante anos à autoridade da república. Pode-se dizer que a nossa proclamação não passou do resultado de um reles golpe militar. E de fato foi isso mesmo.

Será que a maioria do povo brasileiro espera o retorno do imperador? Será que a maioria rejeita a responsabilidade de ser cidadão? O futuro da nação depende das respostas a essas perguntas, pois candidatos a déspostas e imperadores não nos faltam, não é molusco?

E viva a república!

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