Um blog destinado à luta contra a instauração de uma nova ditadura no Brasil







sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Ninguém disse que ia ser fácil



Após o fim da era de ditaduras militares anticomunistas da guerra fria, os países da América Latina decidiram trilhar o caminho da democracia. Iniciou-se um período de transição democrática que desembocou no momento atual. Mas o que significa o momento atual em termos de evolução da democracia nas nossas paragens?

Democracia é um conceito complicado, repleto de exigências. Necessita um mínimo de participação política dos cidadãos. Essa participação inclui o ato de votar em eleições periódicas, mas não se resume a isso. Longe disso. Inclui também, e antes de tudo, a obrigação de se informar sobre o estado das coisas, as necessidades da vida, as soluções possíveis e entre elas, as melhores, as mais oportunas. O acesso livre às informações e estatísticas se torna indispensável. Qualquer ataque à liberdade de expressão se torna, então, num ataque direto à democracia. A capacidade de análise científica do mundo é indispensável para a democracia.

Mas a democracia é muito mais do que informação e votação. Ela exige também uma participação, um debate diário entre os cidadãos. Em seguida, para que as conclusões dos cidadãos se concretizem em ações e políticas, é preciso um sistema de representação que seja sensível a esse debate e aos anseios de todos. Ou seja, não se trata de uma ditadura da maioria (noção adotada pela esquerda que se amarra numa ditadura, qualquer que seja).

A maioria só é convocada a dirimir entre propostas que estariam em oposição direta entre elas e que seriam, portanto, impossíveis de serem realizadas simultaneamente. Acontece que a grande maioria dos interesses básicos dos cidadão são convergentes, e quando diferentes, não incompatíveis entre eles. É possível, na maioria das vezes, satisfazer as exigência dos empresários e dos trabalhadores de maneira simultânea. A idéia que esses dois grupos são eternos antagonistas é um mito propagado pelas pessoas interessadas em propagá-lo, uma bandeira artificial.

A grande batalha política que se trava hoje no Brasil se refere à manutenção ou não da democracia representativa e participativa como sistema viável para o Brasil. Trata-se, sem dúvida, de uma meta ambiciosa a transformação da sociedade brasileira nesse tipo de sociedade, responsável, independente do Estado "papai-mamãe", pois uma sociedade só é assim quando as pessoas que a compõem são assim.

Fortalecer a sociedade, indivíduo por indivíduo, é uma tarefa das mais árduas, mas ninguém disse que ia ser fácil e não temos escolha.

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