Os argumentos dos indignados pelo xingamento da Dilma foram claramente construídos com o intuito de evitar as duas questões centrais: quem a xingou e o
porquê do xingamento. Aqui e acolá
percebemos algumas tentativas vãs e superficiais de qualificar (e não
identificar) os xingadores: uma elite branca raivosa que deflagrou uma
“campanha de ódio contra o PT”, segundo esbravejou Lula.
Essa qualificação ou desqualificação dos cidadãos que se manifestaram politicamente, além de desviar o foco
de quem realmente poderíamos identificar, é carregada de palavras
“gatilho” concebidas e difundidas ao longo do tempo pelo marxismo cultural
para despertar emoções fortes ligadas ao racismo (branca) e à luta de classes
(elite). Todos nós sabemos que as emoções fortes se sobrepõem ao raciocínio
lógico e o impedem de se concretizar.
Na medida em que nos perdemos em discussões de classe e
raça, afastamo-nos da busca pela verdade e não se entrevista um mísero xingador, que deixou de ser o protagonista de carne e osso daquele episódio no
estádio e foi substituído por uma abstrata “elite branca” que, por não existir,
nunca poderá ser entrevistada.
Evidentemente a busca pela verdade não interessa ao
oficialismo e a seus seguidores civis, os militantes da esquerda e seus simpatizantes, o jornalismo engajado, os inocentes úteis e tutti
quanti.
Afinal de contas, a Presidente Dilma representa ou não o
comando do Estado? E o Estado tira ou não uma boa parcela do nosso
dinheiro, fruto do nosso suor de cada dia, com a promessa de transformá-la em
serviços públicos de qualidade?
E o Estado descumpriu ou não essa
promessa? Quem sabe não tenha sido essa a verdadeira razão por trás do
xingamento de Dilma. Que tal perguntar aos xingadores? Estão com medo das respostas?
Em pleno ano eleitoral o oficialismo foge dessas questões
fundamentais, e são fundamentais porque são elas, mais até do que eleições, a
legitimar a permanência de determinados partidos e políticos em suas posições
de comando.
Vão tentar substituí-las agora por conteúdo emocional racista e
classista, transformando assim a discussão política, elemento essencial para o
funcionamento de uma democracia, num “vocês contra nós”, enfim, num simples Fla -Flu.
O fim da discussão política de conteúdo real significa o fim
da efetividade do processo político democrático, e nesse aspecto, o PT é sem dúvida, um
verdadeiro partido revolucionário. É criminoso.
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