O governo Lula não foi capaz de um único ato de grandeza política, uma única tentativa de reestruturação econômica ou social. Aquele tipo de política que dói na hora, mas que traz grandes benefícios e avanços mais para frente. Aquele tipo de política que exige sabedoria e não ideologia barata. Um governante assim se sacrifica politicamente pelo que sabe que é certo para o presente e o futuro da nação. E ele paga politicamente, enfrentando forças políticas e econômicas de uma maneira real e não da boca para fora. A popularidade o abandona, mas a História o abraça.
O que Lula fez foi deixar tudo como estava, criou uma politica paliativa para pobres e miseráveis, convencendo-os que se tratava de uma mudança fundamental nas suas vidas. Não houve mudança fundamental, a ignorância continua a prender as pessoas num estado de dependência do Estado para sobreviverem, a saúde continua precária, a segurança continua catastrófica. No quesito da segurança, o governo contribuiu a piorar as coisas, reforçando a ideia que o fim justifica os meios, a corrupção é normal, quem pode faz etc.
O Brasil sai do governo Lula com as mesmas estruturas sociais com que entrou nele, porém mais iludido, mais despolitizado. A grande questão política do pleito de 2010 foi se "a gente deve votá na muié do Lula". A popularidade abraçou o Lula, mas a História abandoná-lo-á.
Coluna da Dora Kramer no Estadão, clique para ampliá-la.
Nenhum comentário:
Postar um comentário